Tenho encontrado um grande número de pessoas frustradas em seus relacionamentos amorosos em decorrência de um excessivo e desgastante investimento de energia na área sentimental. Me refiro especialmente às pessoas que centralizam a atenção de suas vidas no relacionamento com outra pessoa. Se dedicam ao extremo à pessoa amada, em contrapartida esperam a recíproca do investimento, o que geralmente não acontece na mesma proporção.
Muitas dessas pessoas têm a crença de que em nome do amor, tudo é possível e todo investimento afetivo e financeiro é válido. Se submetem a situações em que são desvalorizadas. A autoestima fica cada dia mais prejudicada por conta desse relacionamento tóxico, que faz mal para quem está envolvido.
Há uma dificuldade maior em se ver vivendo independente do(a) parceiro(a), como se não fosse capaz de sobreviver sem aquela pessoa. O medo do abandono é enorme, por isso faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento e se submete a situações de humilhação e até mesmo de violência física.
Frequentemente há uma repetição na escolha por esse perfil de parceiro(a) tóxico(a), como se fosse um vício. Como há uma grande deficiência no amor que sente por si mesmo, a pessoa não acredita que é capaz de ser amada e valorizada por alguém e acaba aceitando migalhas e maltrato de qualquer um que aparece.
Uma boa autoestima é fundamental para que a pessoa se relacione de forma saudável e gratificante com os outros, e possibilita que sejam feitas escolhas mais adequadas por parceiros que poderão viver mais inteiros na relação.
A psicoterapia é um excelente caminho para o auto conhecimento, para o fortalecimento da autoestima, para a descoberta de suas potencialidades e novas possibilidades de cuidar de si e de viver a vida.